Atividade de interpretação, indicada aos alunos do sétimo ano, do texto Lanterna mágica. Nele, o autor Ivan Ângelo narra a emoção que sentiu quando conheceu uma lanterna de pilhas na infância! Para tal, ele toma como ponto de partida uma reportagem a que assistiu na televisão, em que um menino pobre fica extremamente feliz ao vasculhar os presentes do Dia das Crianças! Trata-se de um texto emocionante e que nos fazer refletir muito também! Então, leia-o e, na sequência, não deixe de responder às questões interpretativas!
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Leia:
Lanterna Mágica
Vi na televisão um menininho pobre de uma creche uivando de alegria ao escarafunchar um engradado com os presentes do Dia da Criança. Eram pequenas tralhas de plástico e caixas de ovos coloridas, vazias. O pouquíssimo era motivo para incontida e ruidosa alegria. A privação é a medida do desejo de cada um, na vida.
Houve um tempo em que as oportunidades de presente resumiam-se a duas: aniversário e Natal. Hoje, na classe média, o presente é um evento mensal; em algumas famílias, semanal. Cada voltinha num shopping resulta num pequeno agrado. Não se deseja mais com aquela gana, porque sabe-se que alguma coisa virá. O desejo dos meninos, da classe média para cima, é impreciso, vago, incapaz de provocar uivos de alegria quando satisfeito.
Já vivi minhas privações. Nunca pude ter bicicleta, por exemplo, nem bola de futebol, nem espingarda de rolha. Tivemos, eu e meus irmãos mais velhos, simulacros: revolverzinho de espoleta, bola de borracha, triciclo comunitário. Bolas de borracha, sabe-se, não formam craques. Triciclos não permitem ousadas temeridades. Talvez por isso, sem traquejo, eu tenha sido um perna-de-pau e um tímido. Quem sabe. (…)
Entretanto, o que se tornou para mim algo mais perto de uma maravilha foi uma lanterna de pilhas. Nunca tinha visto uma, a não ser no cinema e nas histórias em quadrinhos. Não sei, talvez considerasse aquele objeto coisa de ficção científica, não da realidade. Quando vi uma, manipulada por meu primo mais velho, já homem, o Zezé, na mesma casa do meu avô, foi um deslumbramento. Brilhava, niquelada, era uma daquelas de quatro pilhas. Deixar que eu a tomasse nas mãos, e acendesse, e dirigisse a luz para onde eu quisesse foi mágico. A partir desse momento nada superou, nos meus sete anos, a beleza daquele facho de luz. E o poder (…).
Ângelo, Ivan. “O comprador de aventuras”. São Paulo: Ática, 2003.
Questões
Questão 1 – O texto acima é:
a) um conto
b) uma crônica
c) uma reportagem
d) um artigo de opinião
Questão 2 – Identifique o fato que motivou a história acima:
R.
Questão 3 – Releia o primeiro parágrafo do texto atentamente. Em seguida, assinale a passagem em que o autor expõe uma opinião:
a) “Vi na televisão um menininho pobre de uma creche uivando de alegria […]”
b) “Eram pequenas tralhas de plástico e caixas de ovos coloridas, vazias.”
c) “O pouquíssimo era motivo para incontida e ruidosa alegria.”
d) “A privação é a medida do desejo de cada um, na vida.”
Questão 4 – No segundo parágrafo, o autor compara o tempo passado com o tempo presente. Aponte o fato que, segundo ele, compõe o passado:
a) “[…] as oportunidades de presente resumiam-se a duas: aniversário e Natal.”
b) “[…] o presente é um evento mensal; em algumas famílias, semanal.”
c) “Cada voltinha num shopping resulta num pequeno agrado.”
d) “O desejo dos meninos, da classe média para cima, é impreciso […]”
Questão 5 – “Já vivi minhas privações”. A que o autor do texto se refere?
R.
Questão 6 – Na frase “Nunca tinha visto uma, a não ser no cinema e nas histórias em quadrinhos.”, o termo “uma” retoma:
a) “bicicleta”
b) “espingarda de rolha”
c) “bola de borracha”
d) “lanterna de pilhas”
Questão 7 – No último parágrafo do texto, o autor narra os seus sentimentos quando conheceu uma lanterna de pilhas, a que chamou de “lanterna mágica”. Identifique a expressão que ele empregou para se referir ao momento em que, de fato, manuseou a lanterna:
a) “uma maravilha”
b) “coisa de ficção científica”
c) “um deslumbramento”
d) “mágico”
Por Denyse Lage Fonseca
Graduada em Letras e especialista em educação a distância.