Interpretação de texto, gênero “causo”, intitulado “A bela da noite”, dirigida aos estudantes do 1º ano do ensino médio. As questões propostas são de múltipla escolha.
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ESCOLA: DATA:
PROF: TURMA:
NOME:
A bela da noite
Os antigos moradores de minha cidade contam que em uma época do passado, numa fazenda que hoje não existe mais, havia noites de roda de viola em que todos: casados, moças e rapazes caíam no forró até o dia clarear.
Sempre aparecia uma linda moça que todos os rapazes e também os viúvos tentavam cortejar, mas ela desaparecia misteriosamente. Numa noite de lua cheia, no meio do baile, a jovem apareceu, linda como um diamante. A sua pele branca se contrastava com o rosa do lindo vestido longo e suas mechas rolavam pelo rosto, deixando, ainda mais belos, os olhos azuis como o mar.
Um dos rapazes disse ao amigo “Hoje eu a levo pra casa”. Tomou-a pela mão, conduzindo-a até o meio do salão e não a soltou mais. Ela, de nervoso, suava frio como se estivesse morta. Não havendo outro jeito, a donzela deixou que ele a acompanhasse até a sua casa.
Depois de muito andar, ela disse: “Obrigada!”. “Eu a levarei até a sua casa como prometi”, respondeu o cavalheiro. “Já chegamos.”, a moça lhe disse. “Como?”, perguntou o rapaz assustado. “Aqui é o cemitério”. A jovem que já não estava mais tão bela respondeu: “Moro aqui há mais de dois séculos”. Depois de dizer isso, foi passando através do portão e desapareceu por entre os túmulos, iluminada apenas pela única testemunha: a linda lua cheia que a tudo via, porém nada disse.
O jovem, por sua vez, foi encontrado semanas depois, perambulando pelas estradas e, depois de contar a sua história para muitos, pediu ao padre para morar na igreja de onde nunca mais saiu.
Quanto à bela jovem, ninguém mais a viu, mas dizem que, nas noites de lua cheia, uma linda loira, porém gelada, aparece como um sonho e abraça os moços solteiros.
Nota explicativa: Este causo, recolhido pela aluna Maria Aparecida dos Santos, foi extraído do Jornal Escolar “Folha da Antonina”, desenvolvido pela professora de Língua Portuguesa, Denyse Lage Fonseca, autora desta atividade, juntamente com a equipe de professores e os estudantes da Educação de Jovens e Adultos, da Escola Municipal Professora Antonina Moreira, no ano de 2012, em Itabira- MG. Acesse as edições do “Folha da Antonina”:
http://issuu.com/margaridagandra/docs/folha_da_antonina http://issuu.com/margaridagandra/docs/folha_da_antonina_2__edi__o
Atividades
Questão 1 – Pode-se inferir sobre o gênero “causo”, exceto:
a) Trata-se de uma história que faz parte da tradição oral de um povo.
b) O causo é passado de geração a geração.
c) Narra-se um fato comprovado cientificamente.
d) O causo intenciona provocar temor aos que o ouvem ou o leem.
Questão 2 – A frase que caracteriza o clímax da história é:
a) “Ela, de nervoso, suava frio como se estivesse morta.”.
b) “Não havendo outro jeito, a donzela deixou que ele a acompanhasse até a sua casa.”.
c) “Moro aqui há mais de dois séculos”.
d) “O jovem, por sua vez, foi encontrado semanas depois, perambulando pelas estradas […]”.
Questão 3 – São termos utilizados para a referência à “bela na noite”, exceto:
a) a donzela
b) linda jovem
c) uma linda moça
d) ela
Questão 4 – Predominam-se no causo, sequências do tipo:
a) descritivo
b) argumentativo
c) expositivo
d) narrativo
Questão 5 – Releia esta passagem:
“Quanto à bela jovem, ninguém mais a viu, mas dizem que, nas noites de lua cheia, uma linda loira, porém gelada, aparece como um sonho e abraça os moços solteiros.”.
As palavras acima destacadas expressam, respectivamente, as ideias de:
a) adição e oposição.
b) superioridade e conclusão.
c) superioridade e oposição.
d) comparação e adição.
Por Denyse Lage Fonseca
Graduada em Letras e especialista em educação a distância.
2 comentários
Adorei! Gosto muito de causos!
Muito curioso!