Avaliação de Português – 3º ou 4º ano

    Avaliação de Português, voltada para alunos do 3º ou 4º ano do ensino fundamental, com dígrafos, emprego de u/l, ch/x, substantivos masculino e feminino, leitura e interpretação de lenda.

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ESCOLA:                                                          DATA:

PROF:                                                              TURMA:

NOME:     

Avaliação de Língua Portuguesa

1.Complete as palavras abaixo com x ou ch:

a.o___igênio                i.sa___ofone

b.au___iliadora          j.en___ergar

c.e___plosão               k.pró___imo

d.co___inha                l. ___uva

e.lagarti___a              m. ___urrasco

f.___ácara                  n. ___uveiro

g.___apéu                  o. ___amado

h.___upeta                p. ___ereta

 

2. Analise a tabela abaixo, em seguida, escreva na coluna do meio os dígrafos, após separe as sílabas de cada palavra. 

 

3.Complete as palavras abaixo com U ou L:

a.caraco___         f.pinto___            k.mexe___

b.pu___ga           g.so___                 l.sofre___

c.cá___culo         h.girasso___          m.canto___

d.vara___            i.pince___             n.danço___

e.jorna___           j.ba___                  o.paste___

 

4.Encontre no caça palavras A o masculino e no B o feminino:

 

Leia o texto:

   O dia e a noite foram criados juntos, mas a boiuna, a cobra-grande, roubou a noite e a escondeu no fundo do rio. Daí só o dia aparecia e era sempre claro. Iluminado pelo sol, o dia nunca acabava.

   Numa tribo, um valente guerreiro se casou com uma moça que diziam à boca pequena ser uma filha da boiuna.

   Logo após o casamento, o guerreiro partiu para a guerra contra uma nação inimiga sem ter deitado com ela nem uma vez. Tempos depois, ao voltar vitorioso, quis levar sua mulher para a rede. A mulher não quis, dizendo que deviam esperar. Não demorou quase nada e houve uma nova guerra com outra nação e nova partida do guerreiro.

   Na volta ele quis mais uma vez levar sua mulher para a rede. “ Vamos esperar”, ela disse. Ele esperou.

   Veio a terceira guerra, a terceira despedida, a terceira volta. E nada de a mulher dormir com o marido, que já estava completamente exasperado, quase perdendo o juízo.

   “O que devemos esperar?”, ele perguntou, já pensando em levar sua mulher à força para a rede.

   “Vamos esperar a noite”, ela disse.

   Era demais, como esperar que a noite chegasse, se a noite não existia?

   Foi o que ele argumentou, mas ela sabia coisas que ele não sabia.

   “A noite existe, sim. A boiuna a prendeu no fundo do rio.” “ Então vamos libertar essa tal noite, porque eu não aguento mais”, disse o guerreiro, impaciente. Juntou seus companheiros de guerra e foi com eles para a casa da boiuna, disposto a tudo.

   Antes de o marido partir, a mulher deu a ele um talismã para o proteger dos perigos daquela aventura. Era um muiraquitã de jade em forma de tartaruga. Pendurou o muiraquitã no pescoço dele com uma fina trança de palha.

   Uma vez chegados ao rio, os guerreiros se dispuseram ao longo da margem com seus arcos retesados, armados com flechas envenenadas. Chamaram pela boiuna, que emergiu curiosa e assustada.

   A boiuna tratou de conversar e fez o jovem guerreiro contar o porquê daquilo tudo.

   “Guardei a noite porque gosto dela, mas posso trocar por outra coisa”, ela disse ao guerreiro.

   Os homens se consultaram uns com os outros e concordaram que a proposta era boa. Depois dariam umas flechadas nessa cobra, mas antes era melhor garantir a posse da noite. O que dariam em troca da prisioneira? Eles não tinham nada, a não ser seus arcos e flechas. Andavam nus, nada levavam consigo. Foi o que o moço disse à cobra. “ E essa joia pendurada em seu pescoço?”, perguntou ela. Ele levou a mão no peito e se lembrou do muiraquitã. A boiuna aceitou o objeto e deu ao guerreiro um caroço de tucumã. “ Eu quero é a noite, não uma semente”, ele reagiu. “ Pois leve o tucumã a minha filha e ela saberá o que fazer. Ainda hoje vocês estarão juntos na rede”, ela riu e se atirou no fundo do rio.

   No caminho, o guerreiro ouviu sons estranhos e pôs o caroço de tucumã junto ao ouvido. Escutou o pio da coruja seguido do canto de muitos pássaros, depois o miado da onça, o coaxar de sapos, o rufar do vento nas folhas das árvores, o fragor da cachoeira descendo a montanha, um trovão que ribombava ao longe. Depois veio o canto do uirapuru, ave que prometia o amor.

   O mundo estava dentro do caroço de tucumã, tudo estava lá dentro. Deu o caroço para seus companheiros escutarem. Os companheiros, mortos de curiosidade, não tiveram dúvida: com a ponta de uma flecha, abriram o tucumã e libertaram a noite. O guerreiro ficou assustado: junto com a noite eles haviam soltado tudo que havia no caroço de tucumã.

   Ficou tudo escuro. Depois o céu se encheu de vaga-lumes para atenuar a escuridão. Então ele ouviu cantar o melancólico jurutaí, que se ri para o luar, e de novo o uirapuru anunciando um final feliz, quem sabe.

   `A sua volta, surgiram animais e plantas que antes só existiam dentro do caroço de tucumã. E muitas coisas que havia ali se transformaram em outras coisas, inclusive seus companheiros que abriram o caroço de tucumã: viraram macacos, subiram nas árvores e foram embora pulando de galho em galho.

   Mas a noite estava ali, liberta era o que importava.

   De volta à aldeia, o guerreiro levou sua mulher para a rede e dormiram juntos. E continuaram juntos na rede, porque sempre era escuro e nunca amanhecia. Nada de o dia aparecer.

   Por fim o guerreiro se cansou da noite, se cansou da rede, se cansou da mulher e entristeceu. Afinal, ele queria voltar a fazer a guerra, e para guerrear precisava da luz do sol, precisava do dia.

   Sua mulher queria ver a alegria outra vez no sorriso do marido. Então, saiu da rede, pegou duas folhas, pintou uma de branco e vermelho com tabatinga e urucum e a outra de preto com tinta de jenipapo. Soprou a folha branca, que imediatamente virou uma ave. Chamou o pássaro de cujubim e lhe disse: “ Quando você cantar será dia”. Depois soprou a folha escura, e a folha virou o pássaro inhambu. Ela disse: “ Quando você cantar será noite”. Dirigiu-se aos dois e acrescentou: “ Não cantem ao mesmo tempo, para que o dia e a noite nunca se encontrem”.

   Desde então, o cujubim e o inhambu se revezam no seu canto e sinalizam para que a noite e o dia se  mostrem um depois do outro, cada um a seu tempo, cada um em seu lugar.

Prandi, Reginaldo- Contos e lendas da Amazônia – páginas: 25 -31.

5.Esse texto é caracterizado como:

a.(   ) uma lenda

b.(   ) uma bula

c.(   )uma receita

d.(   )um poema

 

6.O tema principal do texto é o relato sobre:

a.(   ) o surgimento da cobra-grande chamada boiuna.

b.(   ) a criação do dia e da noite.

c.(   ) a vida de uma jovem índia.

d.(   ) a vida de um jovem guerreiro.

 

7.Explique com suas palavras como a noite e o dia foram criados?

 

 

8.Após o surgimento da noite o que aconteceu:

a.Com os companheiros do índio guerreiro? 

b.Com o  céu? 

c.Com o pássaro jurataí? 

d.Com o pássaro uirapuru? 

e.Com a floresta? 

 

 

Por Rosiane Fernandes Silva 
Graduada em Letras

Rosiane Fernandes:
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