Avaliação de Português: Narrativa de terror – 8º ano

    Avaliação de português com exercícios sobre: vocativo, crase, linguagem formal e informal (análise da música: Se ame mais da cantora Marília Mendonça), conotação e denotação e leitura e interpretação de narrativa de terror. Está avaliação é  direcionada para estudantes do 8º  ano.

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ESCOLA:                                                          DATA:

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NOME:     

Avaliação de Língua Portuguesa

1. Leia as frases abaixo com atenção e indique D quando prevalecer a denotação e C quando prevalecer a conotação:

a. (   )  Minha mãe é meu espelho.

b. (   )  Quebrei o espelho de casa.

c. (   )  Essa menina tem um coração de ouro.

d. (   )  Peter fez um transplante de coração.

e. (   )  Você é ruim possui  um coração de pedra.

f. (   )  Completei vinte primaveras.

g. (   )  Na primavera os campos florescem.

h. (   )  Catarina é órfã de afeto.

i. (   )  Muito cedo Douglas ficou órfão de pai.

 

2. Analise o trecho da música “Se ame mais” da cantora Marília Mendonça   e responda ao que se pede:

“…Não jogando na sua cara, não    

Não quero confusão

Hoje eu tão na paz

Porque não faz o mesmo que a gente faz?

Gente feliz não atrapalha os outros casais…”

As palavras destacadas nessa estrofe da música  estão empregadas na  linguagem:

Assinale apenas uma alternativa:

a. (   )  informal      

b. (   )  formal

 

3. Grife os vocativos nas orações abaixo, quando houver:

a. Papai , venha aqui , por favor?

b. Richard está sentado na calçada da rua Brilhante, Pedro.

c. Kate, você trouxe pão de queijo?

d. Eu fui, Jonas, para São Paulo, mas não visitei Joana.

e. Eu preciso de mais atenção, Carlos.

f. Você irá à festa hoje, Carmem?

g. Peterson, vamos ao baile sábado?

h. Rafaela, preciso falar com você.

i. Janies é uma moça inteligente.

j. Filha, você está muito brava hoje.

k. Isadora foi ao baile vestida de rainha.

l. Paulo, corre aqui!

 

4. Assinale as alternativas que apresentam uso correto da crase:

a. (   )  Saí às pressas de casa.

b. (   )  À noite irei ao cinema.

c. (   )  À medida que a chuva caia ele partia para sempre da minha vida.

d. (   )  Não saia às escondidas.

e. (   )  As vezes vamos levando à vida como manda o figurino.

f. (   )  Fui à Presidente Epitácio.

g. (   )  Vou à Alemanha.

h. (   )  Vou à França.

i. (   )  Gosto de passear à cavalo no sítio do meu avô.

j. (   )  Voltei à pensar na vida.

 

Narrativa de terror

Drácula

O diário de Jonathan Harker

1 (…)Chegando à porta, voltou-se mais uma vez e, após um instante de reflexão, falou: – Chegou a hora de alertá-lo,   meu caro amigo- não, não é só alertá-lo- mas de adverti-lo com toda a seriedade: se o senhor transpuser as soleiras destes aposentos, não terá a menor possibilidade de dormir em qualquer outra parte do castelo. Como pode ver, sua existência reporta-se a outras eras, suas paredes encerram muitas lembranças e há um séquito de sinistros pesadelos à espreita              daquele que adormecer ao acaso! Se o sono o assediar agora ou logo mais ou simplesmente prenunciar-se, então corra para seu próprio quarto ou para a sala ao lado, a fim de poder repousar em segurança. Se não obstante o senhor não quiser seguir à risca o que lhe digo, então…

2 E, assim, deixando o resto de sua frase no ar, sublinhou-a com um tom de displicente ferocidade, enquanto fazia o expressivo gesto de quem lava as mãos. Está claro que eu compreendi!

Minha única dúvida consistia apenas em saber se algum pesadelo podia tornar-se ainda mais terrível que a sinistra e antinatural cadeia de sombras e mistérios que ameaçava fechar-se em torno de mim.

3   Mais Tarde.- Endosso totalmente as últimas palavras por mim escritas; desta feita, porém, não subsiste qualquer dúvida. Não recearei dormir em outro lugar qualquer, desde que ele não se ache presente. Pendurei o crucifixo sobre a cabeceira de minha cama…assim creio que meu descaso ficará livre de pesadelos. É lá que ele deve ficar.

4   Quando ele saiu, fui para o meu quarto. Passados alguns instantes, não ouvindo nenhum ruído, tornei a sair e galguei a escada de pedra, do alto da qual me era possível colher uma ampla vista em direção ao sul. Ali havia ao menos uma razoável sensação de liberdade que convergia da vastidão do espaço, mesmo com sua amplidão permanecendo inacessível para mim, quando comparada com a acanhada estreiteza do pátio, mais abaixo. Contemplando o conjunto desse quadro mais ainda me convenci de que estava irremediavelmente preso e senti premente necessidade de sorver um pouco de ar fresco, embora agora a noite já atingisse sua plenitude. E , curiosamente, comecei também a sentir a indefinível influência da noite abater-se sobre mim. Tal sensação arrasa com meus nervos. Estremeço à vista de minha própria sombra,  e estou crivado de todos os tipos das mais horríveis imaginações. Deus é testemunha dos terríveis tremores que venho suportando neste lugar amaldiçoado! Lancei então um olhar sobre a magnificência da amplidão, agora banhada por um suave e amarelo luar, o qual aos poucos se converteu numa claridade quase solar. Sob a luz difusa, as colinas distantes pareciam interpenetrar-se, ao passo que as sombras que se desenhavam ao longo das ravinas e dos vales se  assemelham a um manto negro de veludo. A beleza natural do ambiente parecia fascinar-me. Havia paz e quietude em cada sorvo de ar que eu respirava.

5   Estava recostado a uma janela quando notei que alguma coisa se movia no andar imediatamente abaixo do meu e ligeiramente à minha esquerda, onde pela  ordem dos quartos, deviam coincidir as janelas externas do dormitório do próprio Conde. A janela junto à qual eu estava era alta e funda, tinha um peitoril de pedra e, embora muito castigada pelas intempéries, achava-se ainda em estado razoável. Era todavia evidente que o respectivo caixilho já de há muito deixara de existir. Retrai-me para trás do parapeito e olhei cautelosamente para baixo.

6   O que vi era a cabeça do Conde saindo pela abertura da janela. Não dava para ver seu rosto. Reconheci-o,  porém, pelo talhe do pescoço e também pelo movimento de suas costas e braços. De qualquer maneira, eu não podia confundir-me com suas mãos, cujas características já estudara tantas vezes. O que é surpreendente é que agora sentia-me interessado e como que atraído por um prazer mórbido, o que somente consigo explicar diante da estranha desproporção em que um homem obrigado a viver numa prisão passa a encarar semelhante assunto. Tais sensações  não tardaram, entretanto,em se converter num pavoroso impacto de repulsa e de terror quando eu vi o homem todo emergir de dentro da janela e deslizar parede abaixo para fora do castelo, pendendo de cabeça para baixo sobre  o vertiginoso abismo e com o manto a flutuar em torno do seu corpo, como se fosse uma espessa asa negra. De pronto, eu não acreditei no que se retratava na retina dos meus olhos. Pareceu-me estar diante de uma insólita distorção visual causada pelo luar ou alguma fantástica ilusão causada pela sombra. Mas eu firmei a vista e já não podia existir tal erro. Eu via agora os dedos e os artelhos se firmarem nos ângulos das pedras, ali postos a descoberto pela erosão dos ventos e das chuvas. E, aproveitando assim cada fresta e cada ápice ou leve saliência, seu corpo deslizava para baixo, deslocando-se numa velocidade incrível, tal qual um pequeno sáurio quando ainda nas paredes. Que espécie de homem será esse, ou que tipo de criatura ou simples fera está ali oculta sob as feições de um homem? Sinto o terror deste demoníaco lugar aniquilar-me. Estou em pânico- em pânico mortal- e não há uma saída para mim. Estou imobilizado por uma rede de terror sobre a qual o meu cérebro se nega a raciocinar.

Stoker, Bram. Drácula. 2. ed.Porto Alegre:L&PM,1985, p.45-46

 

5. Faça a leitura dos dois primeiros parágrafos do texto e explique como é o tom de voz e quais são as recomendações que Conde Drácula fez a Harker de forma implícita? Explique se Harker compreendeu essas recomendações.

 

 

6. Algumas previsões sobre o que poderá acontecer com Jonathan Harker podem ser lidas no segundo parágrafo. Na sequência da narrativa de terror, qual acontecimento incomum constitui na realização dessas previsões?

 

 

7. Comente sobre as estratégias utilizadas pelo autor nos parágrafos 3,4, e 5 para aumentar a expectativa do leitor e gerar o suspense?

 

 

8. Ainda no parágrafo 4 , alguns fatos narrados introduzem uma dúvida sobre a veracidade dos acontecimentos.

Cite quais são esses comentários?

 

 

9. Observe as divisões pertinentes as obras de ficção:

Obras realistas: Acontecimento que, mesmo quando estranhos  e até misteriosos, são explicados pelas leis do mundo que conhecemos.

Obras fantásticas: Acontecimentos ambíguos, que provocam dúvidas no leitor que pensa: seriam manifestações sobrenaturais, coincidências, sonhos ou ilusões?

Obras maravilhosas: Acontecimentos inexplicáveis pelas leis do mundo que conhecemos. Não desperta dúvidas porque os acontecimentos pertencem à ordem sobrenatural.

Após realizar a leitura do excerto acima responda:

Explique por que esses comentários do narrador( mencionados na questão anterior) levam a narrativa para o campo do fantástico?

 

 

10. Analise o ponto culminante e explique por que a partir desse momento,  a narrativa entra definitivamente no  campo do maravilhoso?

 

 

Por Rosiane Fernandes Silva 
Graduada em Letras

 

Rosiane Fernandes:
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