Interpretação de texto: Pé de guerra – 5º ou 6º ano

    Atividade  de língua portuguesa  para estudantes do  quinto ou sexto ano. Leitura e interpretação crítica do texto “Pé de guerra”. As atividades bem como o texto levam os estudantes a refletirem sobre a violência e seus atos, ao final há uma proposta de produção de poema em dupla de acordo com a temática estudada.

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ESCOLA:                                                          DATA:

PROF:                                                              TURMA:

NOME:   

Pé de guerra

    Zezinho gostaria que os soldados de brinquedo tivessem vida. Lutassem. Gostaria , sim. Até que um dia, no quintal, depois de cavar pequenas trincheiras, conforme vira no cinema do bairro, arrumou-os em posição de combate. Os canhões ficaram atrás.

    A imaginação trabalhou, violenta. As tropas inimigas, frente ao seu pequeno exército, foram vencidas de forma violenta em pouco tempo. Mas a sua vitória lhe trouxe imensa tristeza. Como consertar os inimigos quebrados? Zezinho sentiu que podia destruir: mas estava muito triste. Nem sequer comeu, naquele dia, o jantar que sua mãe preparara.

    -Só um pouquinho.

    – Não quero.

    – Por que, menino?

    – Mãe…eu matei gente, hoje. Uma porção de soldados.

    – Quê?

    – Soldados sem perna. Sem cabeça. Sem braço. Foi horrível. Tenho vontade de chorar.

    – Que bobagem é essa?

    – Mãe…Você compra aquela ambulância na venda do Onofre? A que tem a cruz vermelha?

    – Para quê?

    – Para tratar deles. Vou fazer muletas de pau-de-fósforos.

    Zezinho teve febre. Chamaram o doutor. Ninguém entendia. Mas a guerra continuava na febre do menino.

    – Avançar! Primeiro canhão, fogo! Continuava a loucura bélica.(…) O médico falou:

    – Não entendo. Ele comeu alguma coisa  na rua?

    – Não doutor. Brincou o dia todo no quintal. Foi examinado dos pés a cabeça. Nada.

    – Vou receitar calmante. Ele está muito agitado. Não entendo, mesmo.

    No dia seguinte, Zezinho resolveu enterrar seus mortos. Generais e soldados. Lado a lado. Maneco pulou a cerca e perguntou o que era aquilo.

    – Nada.

    – E esse negócio aí, com a bandeirinha?

    – Nada, vá embora! Já disse.

    Maneco foi. Ele arrumou alguns sobreviventes inimigos. Estava com raiva. Sem tristeza. Arrumou seu exército. Poucos existiam do outro lado. Mas eram inimigos.

    ( …) A devastação foi geral. Conferiu: nada mais restava. Olha, depois, suas tropas. Perdera a noção das coisas: destruiu seu próprio exército. Nada mais restava dos brinquedos. Marchou sozinho pelo quadrado de terra, limitado pelas cercas de bambus. Com a corneta, presente do tio Anselmo, tentou atirar alguns sons. Corneta rouca de plástico. Apanhou pedras e foi atirando. Quebrou vidraças. Só então, lembrou-se que os pais brigavam dia e noite. Discutiam. Certa vez, o pai bateu na mãe. Tentou socorrê-la, mas foi atirado contra a parede esburacada. Sangrou.

    Brigavam muito. Principalmente quando o pai chegava bêbado.

    Os soldadinhos eram comprados com as economias da mãe: costurava para fora.

    Chegou em casa e apanhou a caixa de sapatos, vazia. Desenterrou os sepultados mutilados. No tanque, lavou-os com amor: pernas, braços, cabeças.

    Ressuscitava-os na sua imaginação. Arrumou-os na caixa e jogou fora os armamentos. Lamentava aquela guerra inútil, tentando consertar os estragos. Naquele instante, sentiu-se feliz: havia paz.

(Pé de guerra. QUINTANILHA, Dirceu.)

 

Questões

 

1.Pesquise o significado das palavras: agressivo e calmo.

R.

 

2.Você acha que a guerra é uma forma de violência. Que outros tipos de violência você conhece ou presenciou? Comente.

R.

 

3.Que resposta você daria para Zezinho, se ele perguntasse: _ A guerra é boa?

R.

 

4.Será que ganhamos algo quando ficamos nervosos ou sempre que ficamos nesse estado as coisas se complicam? Comente.

R.

 

5.Às vezes é difícil evitar uma atitude nervosa. No entanto, quando nos depararmos com esse sentimento qual é o melhor caminho, como devemos proceder?

R.

 

6.Comente a frase: “ Olhou, depois, suas tropas, perdera a noção das coisas: destruiu seu próprio exército.”

R.

 

7.Você concorda que sempre que ficamos nervosos perdemos a noção das coisas? Comente.

R.

 

8.O que os seres humanos podem fazer para viver em paz e não serem agressivos?

R.

 

9.Para cada  palavra com valor negativo abaixo encontre outra com valor positivo:

Tristeza 

Maldade 

Ódio 

Guerra 

Falsidade

Nervoso 

Solitário 

Arrogante 

 

10.Após análise do texto “Pé de Guerra”, observe atentamente as imagens abaixo. Converse com seus colegas e professor(a) sobre a temática em questão, após, em dupla, produza um poema em promoção da paz. Ao término leia para a turma. Bom trabalho!

 

 

 

Por Rosiane Fernandes Silva
 Graduada em Letras e Pedagogia e pós-graduada e

Rosiane Fernandes:
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