Interpretação de texto: A águia que quase virou galinha – 4º ano

    Interpretação de texto, direcionada aos alunos do quarto ano do ensino fundamental, com questões elaboradas sobre o texto: A águia que quase virou galinha.

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ESCOLA:                                                          DATA:

PROF:                                                              TURMA:

NOME: 

 

A águia que quase virou galinha

    Era uma vez uma água que foi criada num galinheiro. Cresceu pensando que era galinha. Era uma galinha estranha (o que a fazia sofrer). Que tristeza quando se via refletida nos espelhos das poças d’água – tão diferente! O bico era grande demais, adunco, impróprio para catar milho, como todas as outras faziam. Seus olhos tinham um ar feroz, diferente do olhar amedrontado das galinhas, tão ao sabor do amor do galo. E era muito grande, atlética. Com certeza sofria de alguma doença… E ela queria uma coisa só: ser uma galinha comum, como todas as outras. Fazia um esforço enorme para isso. Treinava ciscar com bamboleio próprio. Andava meio agachada, para não se destacar pela altura. Tomava lições de cacarejo. E o que mais queria: que o seu cocô tivesse o mesmo cheio familiar e acolhedor do cocô das galinhas. O seu era diferente, inconfundível. Aconteceu que, um dia, um alpinista que se dirigia para o cume das montanhas passou por ali. Alpinistas são pessoas que gostariam de ser águias. Não podendo, fazem aquilo que chega mais perto: sobem, a pés e mãos, até as alturas, onde elas vivem e voam. E ficam lá, olhando para baixo, imaginando que seria muito bom se fossem águias e pudessem voar. O alpinista viu a águia no galinheiro. E se assustou.
    – O que é que você, águia, está fazendo no meio do galinheiro? – ele perguntou.
    Ela pensou que fosse caçoada e ficou brava.
    – Não me goza. Águia é a vovozinha. Sou galinha de corpo e alma, embora não pareça.
    – Galinha coisa nenhuma – replicou o alpinista. – Você tem bico de águia, olhar de águia, rabo de águia, cocô de águia… É águia. Deveria estar voando… – E apontou para minúsculos pontos negros no céu, muito longe, águias que voavam, perto dos picos das montanhas.
    – Deus me livre. Tenho vertigem das alturas. Me dá tonteira. O máximo, para mim, é o segundo degrau do poleiro – ela respondeu.
    Assim, fim de papo. Agarrou a águia e a enfiou dentro de um saco. E continuou sua marcha para o alto das montanhas. Chegando lá, escolheu o abismo mais fundo, abriu o saco e sacudiu a águia no vazio. Ela caiu. Aterrorizada, debateu-se furiosamente, procurando algo a que se agarrar. Mas não havia nada. Só lhe sobravam as asas… E foi então que algo novo aconteceu. Do fundo do seu corpo galináceo, uma águia, há muito tempo adormecida e esquecida, acordou, se apossou das asas e, de repente, ela voou…

Rubem Alves
Edições Loyola, São Paulo.

Questões

1) Qual o título do texto?
R.

2) Por que a água cresceu pensando que era uma galinha?
R.

3) Fisicamente, em que a águia era diferente das galinhas?
R.

4) O que o alpinista fez com a águia depois de não ter conseguido convencê-la a voar?
R.

5) Em sua opinião, por que a águia não queria ser diferente das galinhas?
R.

 

Por Camila Farias.

camila pereira de farias:
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